Aventuras Literárias

Gente, meu primeiro semestre na faculdade terminou sexta. Em nível oficial, termina só hoje, mas sexta eu entreguei a última prova, então não quero nem saber. Acabou faz dois dias, ok?
O início de faculdade é emocionante e tudo, mas não o suficiente para durar nove meses e continuar sendo legal. Dava tempo de um bebê ter nascido nesse semestre.
Enfim. Consequência da greve.

Eu decidi aproveitar os breves dias antes do novo semestre da melhor forma possível: lendo. E comecei a ler na quinta, só para adiantar um pouco as coisas. E por começar a ler na quinta, quero dizer que li um livro inteiro quinta-feira, antes de terminar minha prova.
/prioridades/

Quinta-feira li o badalado "O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares". Vai virar filme do Tim Burton, sabiam? Na verdade, o filme lança dia 30 de setembro. Admito que foi um pouco isso que me motivou no final das contas, apesar das diversas recomendações que já tinha recebido.

é claro que é uma trilogia

Opinião honesta - segue a mesma estrutura de enredo que 50 outros livros do gênero. Até surpreende pela forma que as coisas que você sabia que iam acontecer acontecem, mas não muito. Os personagens não são burros sempre, só nos piores momentos. Tem um romance forçado sem o qual ficaria melhor.
Essas falhas, porém, não impedem que o livro seja uma leitura rápida e divertida, porque é bem escrito. O protagonista, menos irritante do que a maioria, ajuda.
(aqui, o trailer do filme para quem tenha ficado curioso e for preguiçoso demais para ir até o youtube)


Sexta-feira li "A Rebelde do Deserto", a motivação por trás desse post, porque eu precisava gritar a respeito.
Vi o livro na última vez em que fui passear na Saraiva, e a capa maravilhosa chamou minha atenção imediatamente. É no mesmo estilo que a de "Aristóteles e Dante Descobrem Os Segredos do Universo", e eu digo, keep it coming, Seguinte. Pf nunca te pedi nada
olha essa preciosidade. olha.

(um dia faço um post de Aristóteles e Dante. Será um belo dia) (sneakpeak da capa para motivos de comparação)


A sinopse também me pareceu bastante interessante, porque colocava o modelo clássico de menina-em-situação-ruim-conhece-menino-misterioso em um cenário muito legal. Mitologia árabe, mitologia árabe viva. Eu estava mais do que disposta a ignorar o padrão de sempre pelos djinns.

O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher.
Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele.
Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo — é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por revelar a ela o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir. -----tirado da contracapa (mais especificamente, do site da Saraiva)


Eu gostei muito do livro.
Vou começar a explicar meus motivos para isso usando um trope manjado. Mentalize a situação: os heróis, durante sua missão, passam por um lugar terrível, cheio de opressão, miséria e perigos. Eles recebem a ajuda de uma garota local para sobreviver, e ela implora para que a levem embora no final da aventura. Talvez ela esteja prometida para alguém com quem não quer casar, ou talvez só "precise sair daquele lugar". 
Não sei vocês, mas eu sempre achei essa situação meio chata. Talvez porque a garota sempre implore demais e todo mundo fique com pena mas sabe que ela vai ser um fardo e deixam-na para trás. Talvez porque tenha sido usado um milhão de vezes. O fato é, essa estrutura é sempre usada para manipular os espectadores/leitores a ficarem tristes com a dureza da vida e com as coisas que os heróis precisam enfrentar, e sempre faz a menina parecer inconveniente e desamparada e irritante.
Em "A Rebelde do Deserto", somos colocados na situação inversa. A Amani é a garota que quer ir embora, e vendo do ponto de vista dela, tudo ganha urgência, e dá pra finalmente entender aquelas outras 50 personagens que você um dia julgou.

Tem romance? Tem. É previsível? É. E isso não faz diferença nenhuma, porque, em uma variação abençoada, os personagens de fato têm química. O envolvimento é convincente.
A Amani não é idiota. Ela é uma protagonista com personalidade, alguém de quem dá para gostar. Não é aquele personagem que te faz gritar com o livro e fumegar, tipo por que você está fazendo isso seu animal imbecil.
Outra coisa que me deixou contente - esse tipo de livro costuma se achar muito inteligente. Que ninguém percebeu que NA VERDADE A MÃE DA PROTAGONISTA É SUA VIZINHA MISANTROPA ou que O COLAR DA PROTAGONISTA ERA A CHAVE QUE TODOS PROCURAVAM DESDE O COMEÇO. Eu pensei que "A Rebelde do Deserto" estava fazendo a mesma coisa, mas fui agradavelmente surpreendida. E quero dizer surpreendida mesmo. Coisas que eu não esperava aconteceram. 
Também aconteceram várias coisas que eu esperava? Claro. Mas poxa, vamos focar nas qualidades?
------> EXEMPLO DE QUALIDADE: TEM MAGIA! TEM SERES FANTÁSTICOS! OBA!
E, por fim: ninguém vai ficar chocado ao saber que é uma trilogia, já que é assim que costuma ser. Mas eu tive que pesquisar para ter certeza de que teria continuação, porque o livro termina de forma ótima. Aquele podia ser o fim. Mas justamente, o final e a trama são tão boas e agradáveis que, mesmo que não seja necessária, uma sequência é bem-vinda. A história podia parar ali, mas também pode continuar sem problemas. Não termina com um cliffhanger irritante, só com potencial. Eu gosto disso. Te dá uma escolha.
CLIFFHANGERS TÊM O SELO RICK RIORDAN DE APROVAÇÃO
 "A Rebelde do Deserto". Quem sentir vontade, leia. É bom.

Sábado eu terminei dois livros que já havia começado, porque parecia mais justo e mais divertido do que ler só um. Respectivamente, "Uncommon Criminals", o segundo da série Heist Society, que eu acho que ainda não foi publicado em português, e "Sorte ou Azar?", da rainha da minha pré-adolescência, Meg Cabot.
OLHA ESSE REFLEXO DE ESMERALDA QUE BEM FEITO


 

{Como vocês podem perceber, eu não escolhi minhas leituras pelo nível intelectual. Creio que já comentei que estou lendo como um processo de folga da faculdade? Seria meio contraprodutivo se eu lesse "Anna Karenina" ou "A Leste do Éden". Nem tudo o que você lê precisa ser um clássico da literatura mundial, crianças. Indústria cultural ou literatura comercial ou blablabla. Seja feliz.}

Estou gostando bastante da série Heist Society. Esperei muitos anos para conseguir ler esses livros, desde que peguei um folheto de propaganda com um trecho do primeiro capítulo do primeiro livro, e é uma leitura bem divertida. Cheia de plot twists, com aquela pegada de ladrões e criminosos do bem, mas fora da lei o suficiente para ser excitante. É um tema que nunca perde o apelo.
Bem; Meg Cabot continua a ser Meg Cabot. Sempre a rainha. Também esperei anos para ler esse livro dela, já que não é um dos de maior sucesso então não tem em muitos lugares.

E meus planos literários para hoje - superei a dúvida entre o novo da Cassandra Clare, para o qual tenho grandes expectativas, e o livro de Welcome to Night Vale, que deve ser maravilhoso, para começar "A Sereia", porque nunca li nada da Kiera Cass e gosto de sereias. Por enquanto, está até interessante. Mais informações quando eu terminar.


e cara, o que são essas capas da Seguinte? Por que tão lindas?


~para quem esteja se perguntando se eu fui na bienal do livro ou se moro em uma livraria, a resposta é não para ambas. Todos esses títulos e muitos outros podem ser encontrados no Le Livros, o melhor site de pdfs que eu já vi. Para quem gosta de ler mas não tem a possibilidade de comprar muitos livros, altamente recomendo. Só não se esqueça de comprar os livros dos quais mais gostou: para continuar a escrever coisas boas, o autor precisa de incentivo (na forma de dinheiro).



(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

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